Luta Diária
Na correria do dia-a-dia somos experimentados em variadas formas de ocasiões, que nos colocam frente a alegrias, tristezas e a uma infinita oportunidade de ações, de acordo com o nosso livre-arbítrio e dos que estão a nossa volta. Nesse cenário, temos o ambiente de trabalho, a caminhada para escola, a jornada no transporte coletivo, a trajeto “solitário” dentro de um carro no trânsito, enfim, a rotina de cada um é trilhada dependendo de cada personagem no qual nos enxergamos.
A mistura de sentimentos da sociedade e de ações dos indivíduos ao nosso redor nos convida a testemunhos infinitos, nos quais somos intimados a mantermos uma vigilância constante, a fim de não nos desequilibrarmos e acabarmos nos deixando levar pela “onda coletiva”. Num emprego, seja ele qual for, sempre haverá o veneno da fofoca, do qual raros conseguem escapar ilesos. A crítica, o julgamento, o orgulho, a vaidade, são elementos que estão espalhados em qualquer repartição, seja ela pública ou particular, de modo que, qualquer um está propenso e ser flechado por esse conjunto de animosidade.
Qualquer dissabor pode ser o estopim de uma corrente delituosa, gerando desde um mero estresse até mágoas profundas e malignas, ou até mesmo ocasionando tragédias. Tudo depende de como reagimos a esse bombardeio de energias.
O ser-humano é variável por natureza, raríssimos são os que conseguem manter uma postura constante, que conseguem viver cada segundo na plena paz interior. A maioria comete pequenos deslizes, desde comentários perniciosos, aparentemente inofensivos, até pensamentos inconfessáveis. O circulo da “brincadeira”, que na maior parte das vezes se veste numa máscara inocente, esconde o perigo da leviandade, daí a precaução que se deve ter com o exagero.
Há os que gostam de observar as pessoas, quem faz isso fatalmente chegará à conclusão de que os indivíduos, mesmo tendo suas personalidades próprias, estão a todo o momento sendo influenciados pelo meio no qual estão inseridos. Esta influência é natural e inevitável, a questão está em como lidamos com ela. A liberdade com que recebemos e difundimos informações atualmente nos faz ferramentas desse meio e, por conseguinte, dessa influência.
Um sorriso, um papo-furado, um comentário ou até mesmo um olhar, tudo isso nos influencia, ainda que minimamente. Sem falar nas atuais redes-sociais, nos conteúdos no mar da internet, além da tradicional presença da TV na nossa casa, membro fixo nos lares de milhões de pessoas, trazendo por vezes programas que não tem nada mais do que frivolidades.
Como recebemos tudo isso?
É importante estabelecermos um policiamento diário, uma luta sem fim, para que toda sorte de influenciações que recebemos não nos afaste do bom-senso e da nossa própria personalidade. Cada um é livre para ser como quiser, mas quando a carga venenosa do dia-a-dia nos leva a fazermos ou a pensarmos até mesmo aquilo que não é da nossa vontade, chegada é a hora de reagir.
Para os religiosos, ou os que tenham alguma ligação com Deus, a prece é um bom remédio. Para outros, uma boa leitura, um bom chope ou um bom café são recursos que ajudam a resolver o problema. Válida é a reflexão, a não exacerbação de atitudes capciosas, com o propósito de um estado de espírito mais limpo e, quem sabe, mais próximo do amor.
Raphael V. Tavares
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