A Favor da Vida
Está semana não pude deixar de esbarrar por mais de uma vez com os noticiários acerca da declaração dada pela nova Ministra Eleonora Menicucci, embora a coletiva tenha sido realizada na semana passada, o impacto do discurso vem repercutindo na mídia até hoje. Os dizeres em questão tratam da posição pessoal da chefe da Pasta quanto ao aborto. Para a Senhora Menicucci o aborto é uma questão de “saúde pública”, ela mesma assumiu já ter praticado tal ato.
Não obstante a nova Ministra diga que não vai misturar sua opinião particular com sua investidura no Governo, o tom gélido e seguro da declaração serviu para reanimar a antiga polêmica sobre o tema. Podem ficar tranquilos os que são contra esta prática abominável, mesmo que quisesse misturar o pessoal com o profissional a senhora Menicucci não poderia fazer nada para favorecer sua teoria, afinal o aborto ainda é crime e não cabe ao Poder Executivo criar ou alterar leis.
Feminista assumida, a recém empossada recebeu a Secretaria de Políticas para Mulheres e, embora queira parecer vanguardista, sua posição reflete antes um retrocesso do que um avanço social. Admitir o aborto como uma solução de saúde pública nos faz voltar a cometer graves erros do passado, tal quando um louco era isolado num manicômio, um portador de hanseníase era segregado a uma colônia longe da cidade, ou quando pessoas contrárias aos interesses eram queimadas nas fogueiras. Ou seja, não é exterminando ou se retirando o incômodo da vista que se resolve o “problema”, não é combatendo um efeito que será solucionada a causa, e sim exatamente o contrário.
O aborto é um efeito e não uma causa. A causa são décadas de uma política que nunca investiu racional e legalmente num controle de natalidade, a causa é também a falta de informação e acessibilidade aos métodos contraceptivos e ao planejamento familiar, envolve ainda a desigualdade social e tantos outros aspectos.
Contudo, a vida que se desenvolve e germina para nascer, sob o comando da Natureza, nada tem a ver com todas essas causas e não merece em razão destas ser assassinada.
Ok, várias mulheres sofrem com clínicas ilegais e “médicos” inescrupulosos que exploram o sofrimento delas, mas esse é só mais um dos efeitos, assim como o próprio aborto, e não é enxugando efeitos que esvaziaremos as causas.
Nessa direção, impossível combinar a idéia de que o extermínio à vida seria solução do que quer que seja, ingressar nesse campo seria mais do que temeroso, seria algo pré-histórico. Se tenho um problema, seja ele pessoal ou de “saúde pública”, eu devo simplesmente exterminá-lo? Ainda que o meu “problema” se trate de uma vida?
Mesmo que queiram separar as ideologias, seja na Ciência, seja na Filosofia, na Religião ou na Doutrina, em qualquer campo, não se escapará a inescusável conclusão de que A VIDA É UM DIREITO, o maior dos direitos, direito do nascituro inclusive, e que não pode sob hipótese nenhuma ser revogado.
Raphael V. Tavares
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